Seja breve

— Por favor, seja breve — pediu o funcionário público da delegacia, mostrando a cara de enfado pelo vidro do guichê e já se preparando para preencher formulários.
Alberto não sabia ser breve. Gostava de contar as coisas com detalhes. Amava os detalhes. Acreditava que a beleza da vida estava neles, nos pormenores, nas miudezas. Era isso que dava sabor e textura à existência. Vendo, porém, que o atendente estava sem paciência para ouvir histórias, fez um esforço e resumiu tudo:
— Matei o meu vizinho.
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