Anoitece. Chet para numa esquina, apoia as costas na parede de um edifício e fecha os olhos. Ouve com atenção as notas do sax tenor que serpenteiam entre as árvores daquela praça abandonada. Espírito arriado, sem trabalho, sem mulher, sem casa, sem nada, Chet tem fome e mastiga a boca seca e quase sem dentes. […]
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Os feios, os desocupados e os vadios esticam o esqueleto e a pança nos bancos da praça, viram o rosto com os olhos fechados na direção do sol e bocejam. Palitam os dentes, coçam o saco, praguejam. Consomem os dias assim, nesse nada-pra-fazer-e-que-se-foda. Deixam a vida passar, a cabeça sob chapéus de palha e gorros […]
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A praça continua cheia de gente. Gente intolerável, é claro. Mas os pombos mensageiros voam livres entre as casas ao redor, de varanda em varanda, de janela em janela. Aqueles que enchem o espaço público são diferentes entre si, gritam palavras de ordem distintas, pensam de maneira diversa uns dos outros — pelo menos é […]
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Primeiro levaram embora os bancos com as pombas e os velhinhos, junto com a fonte do canteiro central e os balanços coloridos do parquinho. Alguns dias depois vieram os homens dos caminhões e derrubaram as árvores, os postes de iluminação de estilo barroco e as duas paradas de ônibus, uma em cada lateral da praça. […]
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Donato e Cirilo se sentam todos os dias no mesmo banco de praça e conversam. Enquanto tomam sol e esfregam as mãos para espantar o frio, Donato — que na realidade não se chama Donato — pergunta a Cirilo sobre sua esposa. Cirilo — que tampouco é Cirilo — responde que a defunta vai bem, […]
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